segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Talibã musical?

"Talibã musical" é algo perigoso. Patrulhas ideológicas não combinam com arte. Por isso, é preciso discutir quando estas coisas surgem, seja de quem, quando ou onde for.

Os vários ritmos e gêneros estão aí ao nosso dispor e o artista sincero vai expressar-se, dizendo o que urge dizer, sobre qualquer meio que lhe desperte interesse e que estimule a sua criatividade.

Claro que existem pessoas e meios que favorecem quem toca ritmos "exclusivamente" brasileiros, por exemplo, e é compreensível que os poucos meios que pagam bem favoreçam os releases que afirmem "brasilidade" - mesmo que a gente escute frases de "bebop" e sequências de acordes da música clássica européia no meio dessa "brasilidade" toda -, mas será que a música é apenas a arte de tentar incluir-se em clubes, turmas ou seitas?

Se um artista é livre de verdade, ele vai usar os meios (gêneros, ritmos etc.) que lhe dão prazer e estímulo para criar, agrade ou não, renda trabalhos ou não.

E, independente do gênero/ritmo/proposta: se há substância, conteúdo, alma, vida, "duende" - como diz Paco De Lucia -, ou chamem do que for, na música que alguém toca, é música, é arte, e isto se basta.

Abraços,
Michel

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