Talibã musical?
"Talibã
musical" é algo perigoso. Patrulhas ideológicas não combinam com arte.
Por isso, é preciso discutir quando estas coisas surgem, seja de quem,
quando ou onde for.
Os vários ritmos e gêneros estão aí ao
nosso dispor e o artista sincero vai expressar-se, dizendo o que urge
dizer, sobre qualquer meio que lhe desperte interesse e que estimule a
sua criatividade.
Claro que existem pessoas e meios que
favorecem quem toca ritmos "exclusivamente" brasileiros, por exemplo, e é
compreensível que os poucos meios que pagam bem favoreçam os releases
que afirmem "brasilidade" - mesmo que a gente escute frases de "bebop" e
sequências de acordes da música clássica européia no meio dessa
"brasilidade" toda -, mas será que a música é apenas a arte de tentar
incluir-se em clubes, turmas ou seitas?
Se um artista é livre
de verdade, ele vai usar os meios (gêneros, ritmos etc.) que lhe dão
prazer e estímulo para criar, agrade ou não, renda trabalhos ou não.
E, independente do gênero/ritmo/proposta: se há substância, conteúdo,
alma, vida, "duende" - como diz Paco De Lucia -, ou chamem do que for,
na música que alguém toca, é música, é arte, e isto se basta.
Abraços,
Michel
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