Foto de Alexandre Chagas.
Hoje, 21/11,
tem show do Michel Leme Trio no Sesc Ipiranga, às 21h, o único show em
um Sesc que faço neste ano de 2013 - apenas um fato, não é reclamação.
Reclamar do quê se estou tocando sons que me realizam durante o ano
todo? Reclamar porque tem gente com "esquemas"? Será que estes se
realizam ou apenas batem cartão ao "tocar"? E se ganham a grana que
outros poderiam estar ganhando junto, com igualdade e real critério de
uma real curadoria, esta grana não irá com eles para o túmulo e,
principalmente, não irá fazê-los sentir o que quem toca música sente.
Então, o papo aqui é outro.
Para hoje, chamei uma pessoa maravilhosa
para dirigir o nosso "show", ela se chama Música. E, pra hoje, chamei um
cara muito influente para apresentar o show, ele se chama Momento. E
hoje eu vou continuar sem dar instrução alguma para quem toca comigo
sobre o que quer que seja. Hoje vou continuar sem me esforçar para
agradar a quem quer que seja, sem contar historinhas premeditadas, sem
sorrir pra ter mais trabalhos como esse etc. Hoje, o caminho que começou
aos sete anos de idade, quando percebi que tocar seria inevitável,
continua. Hoje, o caminho que começou com meu trio com Leo Garcia e
Alexandre Chagas no Witch Bar em 1994, continua. Hoje, o caminho que se
iniciou em 1996 no Sanja Jazz Bar com David Richards, Sandro Haick, Pepe
Rodriguez e Cuca Teixeira continua. Hoje, o caminho do meu primeiro
disco gravado continua. Hoje continua o caminho que começou no Matic em
2000 com tantos amigos e sons. Hoje, o caminho que está sendo trilhado
no Sagrada Música (desde 2010), na Luthieria (desde 2010 também), na
Virtuose (desde 2008), na Jam EM&T (desde 2009), continua. Hoje, o
caminho que surgiu com mais uma descoberta na guitarra ontem - que pode
nem ser novidade para alguém, mas para mim é -, continua. Estes e outros
tantos caminhos continuam e seria traí-los ao fazer qualquer concessão
porque "trata-se de um show no Sesc".
O maior respeito que se pode ter
por quem vai estar ali para ouvir a música está longe de "preparar o
show", porque este preparo é o caminho. Estou agradecido por ter caras
como Bruno Migotto e Bruno Tessele ao meu lado nesta empreitada, porque
estes e mais vários caras com os quais eu toco compreenderam que
trata-se de um processo, de um caminho. E eu estou muito agradecido por
ver que tem gente que acompanha e ouve o que acontece neste caminho.
Também estou agradecido por sentir o que sinto e por viver o que vivo
nesta jornada. Não há som mais importante do que o outro; há o caminho.
Michel
Nenhum comentário:
Postar um comentário