Desde 2008 estou envolvido no projeto chamado "A.R.M.", que é uma banda de rock formada por Rodrigo Grecco (vocais e baixo), Armando Cardoso (bateria) e este que vos escreve (guitarra).
Conheço o Grecco há uns 22 anos, e em 2008 ele veio com algumas músicas prontas, falou da vontade de fazer esse som comigo e eu abracei o trabalho porque curti as musicas na hora. Então, rapidamente, começamos a ensaiar e arranjar em grupo. O Armando, conhecido entre os amigos como "Lobão", já que rola uma semelhança física com aquele Lobão que todo mundo conhece - e, aliás, os dois estão tocando juntos hoje em dia -, eu conheci nos anos 90, ficamos amigos e eu sempre gostei do som que ele faz.
As músicas são pesadas, as letras são em inglês, os riffs são brutos e rolam ondas variadas dentro do universo do rock'n'roll sem frescuras.
Estréia do A.R.M. no café PiuPiu, 19 de agosto de 2010. Foto de Flavio TsutsumiA gravação
Gravamos um teste há uns dois meses, foi a música "You were searching for me" com o técnico Paulinho Brancaccio, do estúdio Diesel. Sendo breve: ficou um puta som, ficamos todos felizes, e ela já valeu como a primeira do disco. Então, estamos gravando tudo com o Paulinho.
Bateria, baixo e guitarras estão sendo gravados separadamente pra ficar mais prático: o Armando já tem as estruturas todas das músicas na mente e gravou tudo em 2 dias. E isso rolou junto com o Grecco, que também já gravou os baixos em outra sala, na técnica. A voz será colocada na semana que vem.
Guitarra: toquei tudo até agora com a minha modelo "M" da Music Maker, projetada pelo luthier Ivan Freitas e por mim - a única exceção foi a primeira música, aquela do "teste" de dois meses atrás quando a "M" nem estava pronta: gravei com uma PRS SE (modelo que chamo "Sem Estirpe"), coreana, toda modificada, mas legal, e que, inclusive, está à venda. As seis músicas que gravei com a modelo "M" (faltam só mais duas no presente momento) muito me agradaram logo de cara, ficou uma massa sonora nas bases e um timbre bonito nos solos. E, mesmo eu estando com ela há poucos dias - fiz a estréia dela no dia 09/12 com a banda SANGUE -, parece que somos velhos conhecidos!
Algumas características da modelo "M": o acesso à 22ª casa é totalmente livre; a pegada do braço é um pouco mais fina que uma Les Paul; a ponte é fixa (tune-o-matic); os trastes são de inox; e, enfim, é muito gostosa de tocar! (aguarde uma matéria completa da Music Maker modelo "M" aqui no blog, com todo o processo de concepção e construção)
Estréia da Music Maker modelo "M", 09 de dezembro de 2010. Show de estréia da banda SANGUE. Foto de Liana Nakao.Cordas: D'Addario XL .011; afinação: meio-tom abaixo; captadores: Cabrera, modelo GT-3 - o Ivan Freitas me disse que ninguém havia usado ainda, inclusive - digo isso só como curiosidade...
Amplificador: Rotstage Libra 100, também meu modelo-assinatura. No volume 2 e meio ele já é de uma brutalidade incrível... E, como o ampli tem um som quente, muito limpo, a 50% do volume ainda não distorce - por ter válvulas 6L6 e pelo projeto em si; eu sempre quis um ampli valvulado que fosse realmente limpo e só fui enganado pelos importados -, eu usei um pedal distortion também da Rotstage, que é uma belíssima novidade na linha de produtos deles. O pedal tem o som que eu estava procurando: mais aberto e pesado, mas sem embolar nos graves - tem um post sobre esse pedal aqui no blog também, é só procurar, tá fácil. Estou curtindo muito o som que está rolando.
Efeitos: delay em alguns solos, e só! Não rolou de usar nem wha-wha, nem flanger, que são efeitos que eu até gosto. Mas, não senti que fosse preciso até o momento.
Gravei algumas bases dobrando, ou seja, tocando duas guitarras quase idênticas - o que dá um belo peso ao som; e os solos, na maioria das vezes, depois das bases. Teve músicas que já gravei o solo no mesmo take da base e valeram na primeira. Alguns que gravei depois também foram no primeiro take. Experiência própria: é preciso ficar muito atento ao primeiro take; ele sempre tem coisas especiais, independente do tipo de música. Outros solos foram na segunda ou terceira tentativa, e apenas um enroscou mais (hoje, inclusive), mas, ok, consegui deixar do jeito que era preciso. Em relação aos solos ainda: não bolei nada previamente e ao vivo não tocarei os solos iguais aos do disco. Digo isso porque: em meio à responsabilidade de tocar os riffs como se deve, ou seja, respeitando a estrutura das músicas - o que é um prazer, já que os riffs são legais demais -, não abrirei mão da liberdade de tocar o que a música pede no momento dos solos, ou seja, improvisarei, embora muita gente adore dizer "fui ao show e o cara fez os solos iguais aos do disco!" hehehe. Para mim isso não serve, obrigado! Se eu quiser ouvir o que um cara fez no disco, eu ouço o disco; se vou ouvir um músico ao vivo, prefiro que ele seja criativo, livre no momento de tocar.
Comentário: gravar e tocar rock é outra coisa, outro processo, outro tudo, já que é outra "língua" musical - bem diferente do que mais faço, que é tocar com uma guitarra acústica ligada diretamente no ampli. Digo isso porque vejo alguns meninos - e alguns caras já de barbas brancas - que presumem tocar "jazz" falando mal do rock por aí. Isso é uma estupidez... Em primeiro lugar, sempre é possível aprender algo na música, seja ouvindo ou tocando, e isso independente do gênero. Em segundo lugar, já que o rock é "idiota", ou quaisquer outros adjetivos que possam usar para compensar suas mentes frágeis, sugiro que estas pessoas façam a experiência de tocar esse som e realmente fazer música! Por favor, façam isso. Mas... Quem já não se arrisca no "jazz" vai se arriscar em outros terrenos? Duvido... Para estes hipócritas é mais fácil falar, apenas. Na minha opinião, é melhor tocar mais e falar menos - além de não ficar espalhando preconceitos por aí. Além disso, os músicos mais maravilhosos com os quais toquei e toco no "jazz" ou "música instrumental" sempre citam algum cara do rock com admiração, um exemplo de tranquilidade, mente aberta e prova de que ouvem de tudo, sem preconceitos.
Para mim é sempre um desafio, um aprendizado, um prazer, uma grande diversão tocar, gravar, compor, ouvir, arranjar, enfim, estar presente em todas as ações relacionadas à música! E todo esse aprendizado, diversão e etc. está acontecendo nessas sessões do A.R.M..
Queremos muito lançar esse som em breve!
A.R.M.:Michel Leme, Rodrigo Grecco e Armando Cardoso. Foto de Gabriela Maretti.Aguardem.
Abração!
Michel
Nenhum comentário:
Postar um comentário