Show realizado em 31 de julho de 2010, com Michel Leme, Arismar do Espírito Santo e Cuca Teixeira. Esse evento foi uma iniciativa do músico (guitarrista e violonista) e amigo Sandro Nogueira, e aconteceu no Teatro Municipal de Pouso Alegre (MG).
Aí vão algumas fotos do Flávio Tsutsumi (clique na foto pra ver maior):
Eu, Cuca e Arismar.
Eu tentando achar as notas...
Tava divertido or not?
Fim do show and...El bicho pegando no bis com "Seu Zezinho" (Arismar).
Meus mais sinceros agradecimentos a todos da organização do Festival e a todos que compareceram. Foi uma noite maravilhosa.
Abração e até os próximos sons,
Michel
9 comentários:
Michel, me permite uma alfinetada? Porque tantas notas ao mesmo tempo, se no fim todos acabam junto?
Admiro teu ponto de vista sobre a música, improvisação...mas em alguns momentos me incomodo, porque parece emoção excessiva e pouca música realmente. Não é corrida! É música! Mas nao deixo de te ouvir. Incomodar com certeza é uma das nossas funções de músicos!!! Abraço Respeitoso!
Pois é, "térence" (coloco entre haspas já que o link com o qual você assina dá em "perfil indisponível") quando toco não almejo nada senão servir à música, que é onde reside o inexplicável.
Se eu mudasse o meu rumo devido a comentários como o seu, aí eu claramente me tornaria mercadoria, como o fazem os "músicos" que tocam dentro das tendências ou das demandas do mercado. Só que disto estou fora; sigo tentando melhorar sempre para tocar o que deve ser tocado no momento, sempre (e cada vez mais) ouvindo o que meus companheiros estão tocando para construir música coletivamente e na hora.
Julgar a música pelo número de notas é algo raso, ao meu ver; ouvir se o que se toca tem sentido ou não (como as frases tocadas se relacionam por ex.) já me parece algo mais interessante.
Talvez a estética dominante (mais uma manifestação clara da "visão única" que o sistema nos impõe) do que seja tocar uma "guitarra jazz" (mais um rótulo), traga limites quanto ao número de notas que um guitarrista deva tocar, ou defina o tipo de frases que devemos tocar etc. Talvez se eu fosse mais um clone mal-sucedido e patético de guitarristas americanos eu agredisse menos o seu senso de gosto - ou chame de que quiser.
De minha parte, continuo fazendo o que sinto ser o mais verdadeiro, sem dizer "amém" a quem quer que seja ou a qualquer tendência imposta pelo Capital.
A música é divina.
Abraço,
Michel
É isso... Meu nome é esse mesmo, e essa era a resposta que eu esperava quando alfinetei. Espero que nao tenhas encarado mal... quis fazer papel de advogado do diabo.
A gente sabe que na hora do discurso musical a mente, muitas vezes ou quase sempre, voa, literalmente. Sem limite de tempo, espaço, velocidade E ainda bem que os dedos acompanham! Tocar é exatamente o que dissesse: ouvir o companheiro. Tocar é ouvir a batida de um só coração...
Som sempre!
Então, Térence, dizer que o que um músico toca é "corrida", "pouca música" ou "emoção excessiva" não é "alfinetada" e muito menos fazer o papel de "advogado do diabo", é uma crítica direta.
Só que, ao fazer uma crítica, sempre é bom apresentar os devidos argumentos. Em que você se baseia para dizer que toco notas demais, por exemplo? Qual foi a sua referência para tentar ao menos mostrar o porquê de eu estar, como você tenta afirmar - pelo menos no primeiro comentário -, equivocado? Seria só o fato de você se incomodar com o que toco? Se for isso temos, então, uma questão de fundo exclusivamente individualista. E uma questão assim se resolve com você não procurando mais ouvir a música que toco. É muito simples.
Polemizar por polemizar, questionar por questionar, "cutucar" por "cutucar", sem fundamento e sem uma argumentação lógica é algo inconsequente, uma verdadeira perda de tempo. Uma sugestão: se está lhe sobrando tempo, porque não usá-lo para melhorar no que faz ou mesmo para, por exemplo (já que o assunto é música), criticar o nefasto esquema de massificação que vem causando danos irreparáveis à sociedade diariamente e há décadas?
Canalizar a nossa energia para questões que digam respeito ao coletivo é bem mais digno do que debater questões como "o que ME incomoda no jeito de tocar de um cara". Que se diga, ao menos, então, que males esse cara causa ao fazer o que faz em relação à sociedade - e se não forem encontrados dados que provem tal coisa, mudar o foco é a melhor opção.
Que fique claro que não vejo problemas em ser questionado e jamais levo questionamentos para o âmbito pessoal - eu discuto idéias, não fatos e, muito menos, pessoas. Mas que sejam questões baseadas em um raciocínio lógico, pra que a discussão gere crescimento, clareza, evolução.
Fazer ou escrever algo sem ter um porquê é confusão, um nada apenas; pensar antes de escrever e escrever de uma maneira clara e precisa me parece sempre a melhor opção.
Tudo de bom,
Michel
Michel, só pra esclarecer que tomei como minha uma sensação que vi algumas pessoas terem ao ver videos teus. E quis reportar isso aqui. Como um tipo de provocação. E com a linguagem coloquial e dinâmica que esse tipo de ferramente (blog) nos permite usar.
Acredito que música é feita também de momentos e sensações. E nem sempre temos momentos bons ou conseguimos transmitir uma sensação boa às pessoas.
E para leigos essa confusao pode ser feita com certo tipo de música e em certo contexto. Meu comentário foi baseado na reação que um adolescente estudante de música teve ao ouvir um tema teu com o Arismar. Essa foi a reação dele, a sensação que ele teve ao ouvir aquela tua música naquele momento. E essa discussão é eterna, pois se baseia puramente no subjetivo e pessoal. E talvez realmente nao faça diferença para 'o coletivo'. Desculpa te fazer perder tempo.
E vou conrtinuar ouvindo tua música, porque, além de gostar dela, me parece que tens um modo de pensar música que aponta para um rumo que me agrada. Apresento sempre teu trabalho à pessoas que muitas vezes nem acesso tem aos meios onde estás mais inserido.
E elas fazem esses tipos de comentários, os quais tomei a liberdade de te repassar.
Estarei de olho na tua agenda, pois em setembro tou em sampa pra expomusic.
Abraço fraterno
Quando se faz arte,precisamos entender que podemos agradar ou nao, e encarar isto de uma forma natural,nao podemos pensar somente em elogios,honestamente, ja vi muita gente fazer este comentario a seu respeito Michel,porem, isto faz parte na carreira de qualquer artista e com relaçao ao ponto de vista do rapaz que iniciou este assunto, voce tambem Michel critica outros segmentos musicais, entenda se um artista popular esta vendendo muito ou fazendo muito show e porque o publico gosta quer se divertir pois a finalidade da musica e divertir,nao nos divertimos quando tocamos,porque o publico nao pode? Bem... para finalizar,vamos respeitar as opinoes adversas, nos divertir e continuar divertindo as pessoas.
Um abraco e muitos sons
Paulo Oliveira
Obrigado, Paulo.
Entendo perfeitamente que posso agradar ou não ao tocar e, como você vai perceber quando ler as minhas duas respostas acima mais cuidadosamente, não almejo elogios - aliás, sou vacinado quanto a isso; os elogios não me movem, o que me move é o próprio processo musical.
O argumento "ouvi muita gente fazer este comentário a seu respeito" é leviano, porque não está embasado na experiência de ouvir seriamente um disco meu que seja ou mesmo em assistir ao menos uma entrada em algum show que eu faça em algum lugar.
Critico a massificação, que vem arrasando mentes através da tirania da "visão única" e não outros segmentos musicais. Se a música é honesta, para mim é digna e seja lá em qual gênero se encaixe. Procure se informar (leia entrevistas minhas ou textos aqui do blog, por ex.) antes de atribuir a mim conceitos que estão apenas na sua mente.
Se você é músico e acerdita que "a finalidade da música é divertir", acredito que você esteja equivocado. É óbvio e maravilhoso que possamos nos divertir tocando, isso é vida! Mas a música serve para expandir os horizontes mentais de quem a ouve também - só pra citar uma outra finalidade -, concorda? As pessoas só estão ouvindo a tal "Música para se divertir" e isso é um dos recursos da dominação, ou seja, ouve-se músicas para rápido consumo, de conteúdo cada vez mais raso, e a grande massa continua dormente e domesticada.
Para finalizar, eu respeito as opiniões adversas e prova disso é que eu publiquei todos os comentários do Térence e inclusive o seu. Só gostaria de que a discussão fosse mais profunda, embasada em argumentos mais sólidos, frutos de real pesquisa e colhimento de dados - e não baseada apenas em achismos ou mero gosto pessoal adquirido de opiniões de terceiros.
Abração e muita música,
Michel
Cara voce acha realmente leviano uma pessoa nao gostar de seu trabalho,nao acredito, mas....vamos respeitar, vc nao esta tentando se colocar acima do bem e do mal, adotando esta postura? humildade meu velho
Voce disse que estou equivocado qnd cito MUSICA PARA SE DIVERTIR ,mas no paragrafo seguinte vc coloca,EXPANDIR HORIZONTES MENTAIS,citando como outra "finalidade " entao vc concordou comigo,como dia que eu estou equivocado parceiro,ai,tudo eh divertimento ,mesmo que uma determinada musica te eleve,nao deixa de ser um momento de diversao,de boa sensacao.Como anteriormente escrevi vamos respeitar opinioes e NOS DIVERTIR.
Acho que vou fazer um teminha com este titulo,se pintar uma inspiracao,te convido para almocar aqui em casa e gravarmos o mesmo.
Abs musicais
paulo oliveira
paulinhodrfritz@gmail.com
Paulo,
Releia o que eu escrevi acima, por favor. Fazendo isso você vai reparar que, mais uma vez, está equivocado. E digo isso porque jamais afirmei que "quem não gosta do meu trabalho é leviano". Leviano, de fato, é colocar palavras na boca de outra pessoa; só que nossa sorte é que está tudo escrito, disponível para sua análise logo acima. E levianos são também, repito, comentários embasados em impressões de terceiros, o que deixa a discussão no reles patamar do "achismo". O que você e o Térence dizem aqui como crítica não tem bases em dados, exemplos reais ou mínima pesquisa que seja. o máximo argumento que você nos dá é "ja vi muita gente fazer este comentario a seu respeito". Numa discussão que tenha como objetivo compreender o pensamento do outro - e não apenas diversão ou mera perda de tempo - isso é muito pouco.
Quanto a entender um texto: geralmente as pessoas tomam uma crítica como pessoal e lêem um texto como a minha resposta com a mente turva pela emoção, com ansiedade em "responder à altura" ou coisas do gênero. Quanto você ler com clareza o que escrevo acima, verá que seu comentário e, inclusive, seu conselho para mim "humildade, meu velho" são, mais uma vez, equívocos de quem lê e entende o que apenas quer entender - ao contrário de ler e entender o que de fato está escrito.
Quanto a reduzir o exemplo de uma das funções da música que citei, que foi "expandir os horizontes mentais", a mera "diversão", lamento, Paulo, não concordo com você mesmo. Expandir os limites do pensamento, aprofundando-se em algo, é muito mais do que mera diversão. O significado de diversão é "distração, divertimento". A sensação de elevação que você mesmo cita ou a compreensão de algo ao ouvir música são muito, muito mais do que meras distrações.
Repito: não há problemas em discutir o que quer que seja e não vejo problemas em ouvir críticas, desde que sejam embasadas. O que seria uma crítica embasada neste caso? Repito: ir a um show meu ou ouvir um disco que seja com atenção. Isso já seria uma base para formular argumentos. EntãoS, não perca tempo, informe-se antes de discutir algo.
Michel
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