terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Jam para o Thiago Pinheiro - Agradecimentos

A Jam Session para o Thiago Pinheiro (realizada na segunda-feira, dia 21/01/2008) foi um sucesso.

O auditório do Souza Lima teve sua lotação esgotada, o som foi muito bom e divertido, e o objetivo de ajudar o Thiago a realizar a cirurgia - que vai ocorrer em 29/01 - foi alcançado.

Quero agradecer muitíssimo a várias pessoas:

- os queridos amigos que compareceram e nos emocionaram ao lotar o auditório Souza Lima;

- os maravilhosos músicos: Wilson Teixeira, Alexandre Mihanovich, Cuca Teixeira, Thiago Pinheiro (que pôde ir e que quebrou tudo!), Bruno Migotto, Serginho Machado, Douglas Las Casas, Renato (que tocou batera na última música) e Edu Letti;

- todos os amigos que colaboraram reencaminhando emails e a todos que não puderam comparecer, mas que fizeram questão de contribuir com o valor do ingresso;

- todo pessoal do Souza Lima que fez a coisa acontecer de forma perfeita;

- Maurício Castro que doou uma Fender para o Thiago Pinheiro;

- sites Bandas de Garagem, Guitar Player, Abemúsica, Revista Eletrônica Souza Lima, Gospel Music Café e Cristianismo Criativo pela divulgação e pelos destaques dados ao evento.

Que Deus os abençoe sempre!
E que essa união se multiplique pra podermos fazer ainda mais pelo próximo.

E, Thiago Pinheiro: obrigado por tudo!
Manda brasa ae, mano!!!

Um grande abraço,
Michel

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Jam Session para Thiago Pinheiro

(texto de Bruno Bacchi)

Na próxima segunda-feira, dia 21 de janeiro, haverá um show muito especial no auditório do Souza Lima, com a finalidade de arrecadar fundos para uma cirurgia oftalmológica de Thiago Pinheiro.

Para os que ainda não conhecem, Thiago Pinheiro é um grande pianista, de extrema sensibilidade musical, o que o levou a tocar com Gary Brown, Gilberto Gil, Stevie Wonder, Naná Vasconcelos, Toninho Horta, entre outros, e arrancou elogios de grandes músicos, dentre eles Billy Cobham – baterista que tocou com Miles Davis.

Thiago nasceu praticamente cego, e ao longo da sua vida teve que fazer diversas cirurgias para manter sua visão. Em cada um de seus olhos existe um implante chamado “válvula AHMED” que controla a pressão interna do globo ocular (glaucoma). Acontece que o organismo de Thiago está reagindo mal a presença do implante do olho esquerdo e a válvula está perfurando a carne, gerando dores horríveis. A cirurgia se faz urgente, mas infelizmente custa um bom dinheiro.

A Jam Session está sendo organizada por Michel Leme, que iniciará a noite tocando com Alexandre Mihanovich no baixo, Cuca Teixeira na bateria e Wilson Teixeira no sax. Muitos músicos estão sendo chamados, e a grande maioria tem aceitado o convite, pois além de ser um músico dotado de exuberante talento, Thiago Pinheiro é muito querido entre seus companheiros de profissão.

Portanto, se você quiser assistir o que há de melhor na musica instrumental brasileira e colaborar com nosso amigo, apareça. Você será muito bem vindo.


Quando: o evento acontecerá dia 21/01/2008, 2ª feira, às 21 horas.

Onde: auditório do Souza Lima, rua José Maria Lisboa, 745 – Jardins. Fone: 11 3884-9149.

Entrada: R$ 15,00.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Outside - que p.... é essa?

Parte I : em relação à imprensa especializada

Nesses dias, fiquei surpreso ao constatar que algumas pessoas ainda utilizam o termo americanóide "outside" para designar algo que ouviram e que não puderam entender e/ou classificar na música de alguns artistas.
Ao ler algumas coberturas de eventos nos quais toquei recentemente - que têm de ser cada vez mais "super": super resumidas e superficiais, seguindo a máxima "time is money" - vi o infeliz termo destacado em meio à tentativa de descrição.
Acho que deve funcionar assim: "Hum, não saquei o que ele tocou agora... Não é nenhum exerciciozinho que eu conheço, nenhuma escala ou arpejo... Bom, então é OUTSIDE! Pronto."
E isso quando o cidadão que assina a matéria realmente está presente no show! Certa vez, recebi um telefonema para descrever um show que já havia rolado porque o jornalista não pôde comparecer. Em outra oportunidade, li uma cobertura assinada por um cara que simplesmente não estava no show...
A nossa imprensa especializada ainda tolera alguns meninos que se dizem jornalistas - talvez pela mão-de-obra barata ou mesmo grátis - e que tentam definir a arte de alguns músicos com rótulos tão vazios quanto os seus próprios conhecimentos sobre música, o que chega a provocar em mim uma certa vergonha alheia por várias vezes.
Não seria muito mais interessante, já que é para cobrir um evento musical, realmente ouvir a música e se aprofundar na experiência, pra depois levar ao leitor imagens mais interessantes, ricas ou criativas? Acredito que seria, com certeza. Isso instigaria o público a ouvir a música, seria um atrativo a mais. Mas a pressa não deixa as pessoas se aprofundarem em mais nada; o mundo globalizado exige respostas rápidas e eficiência total.
Mas, eu pergunto, desde quando "responder rápido" e "ser eficiente" indica inteligência, profundidade ou qualquer outra coisa que se aproxime desses valores mais nobres?

Parte II: em relação aos músicos

Os próprios músicos são responsáveis pela difusão de termos inúteis como esse, já que vários ainda se utilizam disso, principalmente em aulas e workshops.
Em 1994, e vai aqui um 'mea culpa', fiz duas vídeo-aulas que foram lançadas por uma editora chamada Hélio Cortez Music - que, só pra deixar registrado, não paga pelos produtos elaborados por mim e publicados por ela, como as vídeo-aulas e um livro chamado "150 frases de Jazz & Fusion" -, e uma delas chamava-se "Inside e Outside". Só depois de alguns anos fui perceber que chamar uma sobreposição de acordes (ou uma simples modulação) de "outside" significa insistir num erro.
As coisas são muito mais simples...
Por exemplo: se um trecho de uma música fica com o baixo em F e eu toco em E maior e Bm, isso quer dizer que eu simplesmente toquei em E maior e Bm sobre F. Apenas isso! Ou, ainda, se um trecho de uma música está em um tom e eu toco uma melodia meio tom acima, apenas toquei meio tom acima!
É assim que eu explico pra quem me pergunta. E acho muito mais honesto do que procurar termos pomposos e/ou americanóides. E quando eu não sei o que fiz, também digo claramente "Não sei o que eu fiz!". Sejamos honestos e deixemos cada vez mais a música falar por si.
Chamar situações como os exemplos acima de "outside", para mim, soa tão inteligente quanto chamá-los de "delícia escandinava" ou de "Totó". Não há o menor sentido!

Parte III: uma tentiva de conclusão

Tentar colocar a expressão artística dentro da caixinha esmagadora da língua escrita ou falada já é algo bem complicado, ao meu ver; tentar explicar algum evento artístico com um simples rótulo, então, é ridículo!
"Outside", para mim, é o lixo que vem sendo veiculado e despejado sem trégua pela mídia na cabeça da maioria dos cidadãos do mundo. Isso sim é "out"!!!
Aliás, nunca se tocou tanto "outside" quanto se toca hoje nas tvs, nas rádios, nos iPods, nos carros (no trânsito a gente ouve cada coisa vinda dos carros mais próximos que chega a ser preocupante) e na internet.
Essa boçalidade toda deveria ser "out" e o artista criativo deveria ser "in", mas este está cada vez mais "out" aos olhos dos zumbis que consomem qualquer coisa sem o mínimo questionamento.
Não engrosso mais a fileira dos que usam termos como esse; estou "fora" do tal "outside".

Michel Leme